domingo, 19 de abril de 2009

Tinha de sobrar p'ra mim!...


Parem lá de aquecer isto!... Globalmente ou aos lotes!
É que já não tenho pé e sei nadar pouco... Pior: ainda não fiz a digestão!...
Texto:©José Tereso
Imagem: funnyjunk.com

No sótão da memória: Publicidade


Imagem de:jmgs.fotosblogue.com

Bruce Springsteen - Streets Of Philadelphia

Mais que uma canção: um hino.

Lonjuras marginais e doídas interioridades


A gente um dia cresce.
A gente um dia envelhece a ver os outros crescer. A gente um dia percebe o drama que esconde o maravilhoso mistério da vida.
Um dia dei comigo a envelhecer. Apercebi-me que alguém ao meu lado crescia. Apercebi-me que alguém ao meu lado começava a questionar a vida, recusando-se a aceitá-la como até então.
Comecei a aperceber-me dos olhares, dos silêncios, das lonjuras do pensamento, das viagens interiores, das dores e apreensões silenciadas...
Como tudo é tão perceptível...
Como é bom ter vivido tudo isso, para que agora perceba tudo aquilo.
Como é bom perceber-te, Rita... Nas distâncias, nas viagens, nas doídas interioridades.
Longe, também pode ser aqui...
Mas não... Nunca deixarei que o longe aconteça. O longe, entre nós, nunca fará sentido.
A vida também nos ensinará a enganar as distâncias e a perceber, afinal, o quanto nos falta, ainda, crescer.
Fica bem... Sempre!


Texto:©José Tereso
Imagem: ©Ana Rita C. Tereso

Intifadas


Imagem: ©Ana Rita C. Tereso

Baía dos náufragos




Naufraguei numa tarde de Janeiro.
Sem leme. Sem vela, nem estrelas para me guiar, abandonei-me à corrente e aos ventos que sobraram para me levar.
Foram dois longos meses de deriva, de sopros, de luas e marés.
Um dia de Abril cheguei à baía.
Cheguei na maré vaza, na contramão dos náufragos. Com uma mão cheia de nadas e vazios e com uma pardalita pela mão, também ela cheia de nadas e vazios mas ainda com as asas e velas enfunadas pelas madrugadas libertadoras.
Regressei finalmente às raízes primeiras, à baía de Abril, à baía dos náufragos...
Não regressei só. Nem todos quiseram vir...
E que Abril continue... Sempre!.
Ainda que náufrago... Mesmo que náufrago.
Texto:©José Tereso
Imagem: ©Ana Rita C. Tereso