domingo, 19 de abril de 2009

Lonjuras marginais e doídas interioridades


A gente um dia cresce.
A gente um dia envelhece a ver os outros crescer. A gente um dia percebe o drama que esconde o maravilhoso mistério da vida.
Um dia dei comigo a envelhecer. Apercebi-me que alguém ao meu lado crescia. Apercebi-me que alguém ao meu lado começava a questionar a vida, recusando-se a aceitá-la como até então.
Comecei a aperceber-me dos olhares, dos silêncios, das lonjuras do pensamento, das viagens interiores, das dores e apreensões silenciadas...
Como tudo é tão perceptível...
Como é bom ter vivido tudo isso, para que agora perceba tudo aquilo.
Como é bom perceber-te, Rita... Nas distâncias, nas viagens, nas doídas interioridades.
Longe, também pode ser aqui...
Mas não... Nunca deixarei que o longe aconteça. O longe, entre nós, nunca fará sentido.
A vida também nos ensinará a enganar as distâncias e a perceber, afinal, o quanto nos falta, ainda, crescer.
Fica bem... Sempre!


Texto:©José Tereso
Imagem: ©Ana Rita C. Tereso

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