quarta-feira, 14 de janeiro de 2009

Do estudo acompanhado para exames de 2ª época...




No dia em que o desaparecimento de Maddie McCann volta a ser tema da imprensa nacional, a propósito da vinda de Gerry McCann a Portugal, recordo aqui uma crónica que escrevi para o "Conversa com lobos" em Agosto de 2007 e numa altura em que o casal, já em Inglaterra, se preparava para responder, por escrito, a 40 perguntas elaboradas pela PJ e que, supostamente, deveriam esclarecer melhor os acontecimentos...



Decididamente o casal McCann não acredita na avaliação surgida "nas provas de aferição" da 1ª época...

Não são só eles... Outros passam pelo mesmo problema.
Querem agora a repetição de exames - o que é legítimo -, querem estudar as respostas às 40 perguntas da "prova oral" no sossego do lar, fora dos olhares indiscretos da "alcoviteirice" dos polícias portugueses - o que, admitindo legítimo, me parece um sinal de quem está pouco à vontade.
Com um aconselhamento jurídico de muitos zeros à esquerda da vírgula, com a inabalável fé da sua assessora "prá imagem" - que me lembra sempre o ex - Ministro do Interior do Iraque - acredito que o casal McCann consigo acertar nas respostas ou "maquilhar" uma nova versão dos factos, agora menos intempestiva e desleixada que a anterior.
Fosse eu pai da Maddie e estivesse eu empenhado na sua procura, bem me podia a Polícia passar "trabalhos para casa" que eu pura e simplesmente me borrifava nisso e nenhum "ruído" me afastaria de minha procura e, lá para a frente, haveria de aparecer - o Tribunal havia de o arranjar - um qualquer defensor oficioso que, sem zeros à esquerda da vírgula, lendo os mesmos livros dos outros, regendo-se pelas leis vigentes, haveria, com facilidade e no local próprio, de dizer à Polícia que não basta mandar "atoardas"; é preciso que elas sejam mais do que isso e que, gradualmente, materializem indícios.
Parece-me que os McCann acreditam - e eu, infelizmente, também o vou acreditando - que a justiça é coisa de pobre e o Direito é coisa de rico...
Que a Justiça é uma visão Terceiro-Mundista do Direito, deve ser isso que eles pensam... ou que lhes dão a acreditar.
Gostaria que o que vem no catálogo - aquela senhora de vestido comprido, com os olhos vendados, com uma balança na mão e uma espada na outra, que a gente se habituou a chamar de Justiça - é o que diz o rótulo - não fosse mais um caso de "publicidade enganosa".
No Direito já eu não acredito há muito e só por um motivo: não tenho dinheiro, e em matéria de "influências" tenho a certeza que o Xico Merceeiro que mora por baixo da minha casa, não mo emprestava porque achava que a "verdade" não se compra...
Coisas de gente antiga... parola!
Os meninos são hiperactivos... diz ela (Kate), a mãe extremosa e reservada.
Pois... antigamente os miúdos (como eu) não eram hiperactivos: estavam sempre muito quietinhos, não brincavam, não faziam mal ao gato... eram uns vegetais adoráveis.
Até dava gosto ter filhos... Com a descoberta da hiperactividade das crianças, surgiram também os pais hiperactivos...
Oxalá - quero acreditar - que a hiperactividade desta mãe "de cultura muito saxónica" não lhe tenha dado para fazer uma coisa pior do que fazer mal ao gato... Continuo a acreditar mas, por vezes, sou assaltado por pressentimentos.

É que, na generalidade dos casos, hiperactividade poderia rimar com inimputabilidade...

O Direito se encarregaria disso.

É claro que só ponho isto como mera hipótese, não vá aparecer um guardião do rigor a dizer que já estou a julgar e a aplicar a pena...
Estou a falar por mim, pai: eu procuraria a minha filha desaparecida e para o fazer não precisava de advogados.

A Polícia não se haveria de importar! Nem deveria...
A culpa a quem a merecer. E que a senhora da balança não fique a assobiar para o lado... distraída ou a ajeitar a venda.
Maddie merece-o. Todos os desaparecimentos o merecem e exigem.

Texto:©José Tereso / Imagem:3horasdeponta.blogspot.com

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