terça-feira, 20 de janeiro de 2009

Livre... é quando um homem quiser.




O Dr. Santana Lopes, aqui há uns tempos, entendeu – e bem – desalinhar do alinhamento multicolor da SIC.
Sendo convidado, sendo a sua opinião julgada consumível e apelativa, viu-se subitamente relegado para o sótão da fama, substituído pelas imagens de um carro que transportava um treinador de futebol. Ficaram as imagens da viatura, do sujeito que nele se transportava e de um repórter órfão e pendurado em explicações, fazendo lembrar um “sniper” frustrado com o alinhamento da alça da mira, face a um golpe de vento.
Indiferente ao “furo” informativo, viu o Dr. Santana Lopes o verdadeiro e genuíno furo mediático: abandonar o local para onde fora convidado, na legítima aplicação do articulado da Arte de Bem Receber.
E surtiu efeito… O que, de facto, suscita a reflexão é o súbito aplauso que a atitude mereceu, quando ela deveria ser tão-somente uma consequência lógica e coerente à manifesta irracionalidade na gestão de prioridades de conteúdo e ao desrespeito da hierarquização das personagens.
E convidado… é convidado.
Não serve para “deixas” ou para “encher” quebras rítmicas ou de audiência. Não sei – mas penso saber – se outros “vultos” da área política, perante situação semelhante, assumiriam aquela atitude e o risco do ónus da mesma.
O Dr. Santana Lopes assumiu-a, arriscou… e ganhou.
Bem que vieram os gestores de “alinhamentos” e “prioridades” justificar as opções e as omissões.
Bem que a Sr.ª. Ana Lourenço se ajeitou, sem jeito, na cadeira para dar alindar argumentos.
Em vão… os donos dos alinhamentos não contavam com o toque de "génio" do desalinhado. O ponto estava ganho… Irreversivelmente.
Porque numa terra de cegos quem tem olho é rei.
As televisões regem-se por picos de audiência… não por mensagem. O curioso, nesta situação, foi ver a mensagem já em desequilíbrio e prestes a estatelar-se, ser ela própria o cume do pico.
É que nem sequer se trata de uma questão de estatuto.
Estatuto seria, sim, o Dr. Santana Lopes, ou um qualquer Special One, entrar “em directo”, interrompendo um anúncio a uma qualquer marca de óleo para fritar, ou a um actimel qualquer.
Até lá, ser livre é só uma obrigação.
Vale para a SIC.
Vale para o Sr. Ricardo Costa e para a Sra. Ana Lourenço. Vale para o Dr. Santana Lopes.
Vale... livremente!
Texto:©José Tereso / Imagem: Sic Notícias

Sem comentários: