terça-feira, 13 de janeiro de 2009

Levar as coisas à letra


Pois é!...
A banca está em crise...
Pois... Pois... Pois...

Pura ingratidão desta gente que, de cara destapada ou coberta, e sem grandes burocracias e salamaleques, vai entrando pelas agências bancárias e, de arma na mão, lança ali uma OPA. Sem espiga... Sem espinhas.

Só por pura ingratidão se faz isto...

Não querem saber das facilidades, dos prazos alargados até à quinta geração, dos spreads tentadores, dos seguros de saúde e de tantos outros "produtos de cosmética" que, graciosamente, os bancos oferecem até "entalarem" o incauto.
Sim, até o entalarem... porque depois, começam as más caras, o sobrolho franzido, os abanares de cabeça e todos aqueles mimos que a grande maioria dos portugueses vão experimentando na pele.

Nunca tanto, como hoje, e sobretudo à velocidade de hoje, nos confrontámos com este cenário "de favela". E este país começa a parecer uma enorme, irremediável e triste favela…
Caminhamos para aí ... Seguramente.
Os portugueses há muito sofrem na pele os superiores interesses das economias, das negociatas e dos interesses ditos "de mercado".
Os portugueses – uma esmagadora maioria - há muito que deixaram de ter acesso ao crédito porque também já não conseguem acompanhar "tanto crescimento económico" e pagar, com dignidade, o contraído... Nem sequer são alvos apetecíveis para a criminalidade que desponta. Esta chega tarde porque já quase todos, de uma forma ou outra, foram espoliados, explorados, enganados e roubados. Não são já roubáveis.
Restam os bancos e uma minoria de bons e velhos clientes.

Quanto mais as diferenças se agudizarem, maior será a hemorragia...

"Quando as margens apertam... o rio tem de saltar".

Esta vaga de assaltos é preocupante, sem dúvida.
Mas preocupante também é o que a motiva e potencia ... E isso parece não preocupar quem tinha obrigação de o fazer.
Armar as polícias, polvilhar o país de “sorria, está a ser filmado”, resguardar os “poderes”, os “interesses” e uma minoria de “favorecidos” com “legislação adequada” e carradas de guarda-costas, não me parece, que alguma vez, possam impedir o que quer que seja. Muito menos o crescimento da favela…
E isso é que os assusta… Mas a vergonha tarda a chegar!
E isso é que nos assusta ... Mas a insegurança, o medo e a lonjura de horizontes já cá chegou há muito.

Tenho apenas pena dos inocentes e das vítimas porque terão de, mais uma vez, pagar a factura das más políticas dos políticos de pacotilha e sofrer na pele o desvario de todos os que vêm na ponta de uma caçadeira de canos serrados a solução dos seus problemas.

No país das "Novas Oportunidades" - e também de oportunistas de longa data - vai havendo quem, mal – há que condená-lo - e de arma na mão, leve a coisa à letra.
Texto:©José Tereso / Imagem: sorisomail.com

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