Tenha termos e termo certo

E cá temos mais um "novo senhor do mundo" que do alto do seu pedestal e magistério tem esta saída brilhante:
"se o primeiro-ministro "insistir" no aumento do salário mínimo, a associação determinará junto dos seus associados a não renovação dos contratos a termo."
Augusto Morais, presidente da Associação das Pequenas e Médias Empresas, dixit.

Só conheço dois tipos de contrato: a termo e sem ele.
É que não é homem nem é nada!... Conseguir pôr 43.720 contratos sem termo, era de homem e tirava-lhe o chapéu.
Tenha termos...

É óbvio que o poderoso se enganou.

É óbvio que o poderoso é, no mínimo, inconsequente e despropositado. Alguém o deveria acompanhar nestas fases de devaneio senhorial porque corre o risco de ser vítima das suas próprias palavras. É que isto de falar não se trata apenas de abrir a boca. É preciso medirmos o que dizemos, para quem o dizemos e as consequências do que dizemos.

São estes tiques de "rei e senhor" que me irritam, sinceramente. É este atentado permanente à inteligência e o recurso ao chantagismo vulgar que me consegue pôr fora de mim...

Eu cá, por mim, até gostava que cumprisse o que disse. Que fosse coerente e consequente, para me merecer alguma credibilidade. Os seus associados provavelmente não iriam achar boa ideia. Mas tinham bom remédio: mudavam de presidente.
Elegiam um novo presidente: sem termo, mas certo.
E nunca esqueça, Sr. Morais que é gente pobre, explorada e desprotegida que alimenta os seus associados. Mas creio que também estará interessado em que permaneçam vivos, coisa que só acontecerá se lhes pagar, aos menos, uns trocos para a alimentação. Caso contrário, lá se vai uma ou várias PME's, um ou vários empreendedores "impresários"
E depois, quem é que vai trabalhar "a trocos", comprar o BM e a peúga branca?!...
A insinuação é descabida, não é?!... Irreal?!... Estúpida, não é?
Mas eu também tenho momentos de menor felicidade... E a ameaça não me sugere outro comentário.

Texto:©José Tereso / Imagem: pimentanegra.blogspot.com