domingo, 4 de janeiro de 2009

Juízos e "tesourinhos deprimentes" de 2008

Tinha 2008 dado os primeiros passos e já a "nossa aldeia" dava à luz o primeiro tesourinho deprimente do ano com a prestimosa colaboração do pai biológico: Diogo Quintela dos "Gato Fedorento"
O cidadão José Diogo Quintela, ao volante da sua viatura, na zona dos Cais do Sodré, em jeito de "isto é uma espécie de magazine" terá feito umas "acrobacias" - incluíram uma ultrapassagem pela direita - que chamaram à atenção do dispositivo policial ali montado.
Resultado: foi mandado parar e teve que soprar no balãozinho que premiava a espécie de habilidade.
A taxa de alcoolemia era só 1,65 g/l. Coisa pouca... para gente famosa!


Estabelece a lei que o cidadão comum - O Zé - que apresente, ao conduzir uma viatura, um taxa de alcoolemia superior a 1,2 g/l, é autor de um crime punido por lei com prisão até um ano ou pena de multa até 120 dias. Pode ainda o Zé ser inibido de conduzir por um período de três meses a um ano.
Não quero daqui retirar qualquer conclusão: bebo e esforço-me por conduzir, habitualmente, sem beber. Mas já tenho bebido: antes, durante e depois. Também me chamo Zé, como o Diogo Quintela, só que ninguém me conhece. O que, aliás, também tem as suas vantagens... Nunca fui "caçado", para bem dos meus pecados... E agora, dificilmente serei porque, entretanto, regenerei-me e deixei-me de ubiquidades.


Acho que o Zé Diogo Quintela - quero acreditar nisso - não pediu nenhum tratamento de privilégio. Quero continuar a rir-me com ele sem que essa hipótese me assalte o pensamento... Para mim, perdia já a graça...
Mas que teve tratamento de privilégio... teve! Pelo menos, assim o entendi da imprensa.


Na minha rua mora o Xico Busca Pé.

É camionista o Xico. Bebes uns copos o Xico e, às vezes, intervala os copos com a condução da camioneta do transporte de pedra. O Xico trabalha 10 horas por dia para ganhar 900 Euros. Umas vezes mal comido, outras vezes bem bebido, nunca o Xico pensou que a sua vida tivesse de ser adiada por causa de uns copos a mais.

Um dia, em meados de Janeiro de 2008, foi caçado numa operação "Stop". Eram 1,50 g/l. Foram 800 euros de multa e inibição de conduzir durante 5 meses e meio.
O Xico era primário. Não a beber... mas a ser "caçado".
O Xico não se chamava Zé, embora o fosse sem o saber, nem tinha artes de fazer rir. Só sabia trabalhar e beber uns copos com os amigos. Só os amigos o conheciam...
Nem o Juiz o conhecia...
Tudo isso poderá ter feito a diferença. Estou em crer que sim até porque o Xico até não foi "caçado" na passagem de ano!

Logo aí...

Texto: ©José Tereso

Imagem: dgv.pt

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