
Abandono-me
a qualquer preço,
a qualquer hora,
com ou sem endereço.
a qualquer preço,
a qualquer hora,
com ou sem endereço.
Porque quero.
Porque deixo,
com ou sem pretexto.
E quando me abandono
perco-me nisto:
sem rumo nem dono
refém do imprevisto.
Porque preciso.
Porque anseio,
pelo fim ou pelo meio.
Abandono-me
isento de pudor,
sem códigos nem ética
em alquimias de amor.
Porque sou.
Porque pareço,
sem saber se o mereço.
E quando me abandono
fico-me nisto:
sem colo nem sono
num desdém que só visto.
Porque sei.
Porque sim...
E o desligar é mesmo assim:
um despudorado toque...
e plim!...
©J.Tereso
imagem:www.sxc.hu
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