domingo, 21 de dezembro de 2008

Como se fôssemos muito burros!...






O 11 de Setembro precipitaria quase tudo e, a partir daí, tem vindo a justificar muito desse tudo.

A ansiedade securitária serviu para justificar o tudo e tudo o resto...


O estado totalitário do Orwell é, hoje, uma caricatura simpática do totalitarismo da comunicação do Google, Yahoo e Microsoft, só a título de exemplo, na versão soft.
O Echelon alimenta-se de 120 satélites-espiões que só não sabem o que eu jantei hoje porque ainda estou só com o almoço. Esta, uma versão mais hard.


O voyeurismo governamental e empresarial está definitivamente instalado nas nossas vidas, e o direito a sermos "sós", extinguiu-se. E por contraditório que pareça, aparentemente, só estamos "sós" se estivermos bem acompanhados. Mas nunca fiando...

O Procurador Geral, Dr. Pinto Monteiro, já se queixava disso mesmo... Dizia que ouvia uns barulhos na linha...
Acho que ainda está na fase embrionária porque eu ouço (vejo e percebo) mais do que barulhos na linha.

Fugir ao "controle" começa a ser tarefa difícil, tal é a quantidade de informação que se vai cruzando e entrecruzando, fixando-nos e rotinando-nos os passos num processo onde o próximo passo está já previsto antes de se iniciar.
Tudo vai sendo manipulado, codificado, criptografado e numericamente ordenado.
E a frieza dos números tem um poder incomensurável nisto: porque nos jogos da palavras vai a gente, com mais ou menos dificuldade, lendo as entrelinhas, mas com os números, ainda temos alguma dificuldade em perceber que 2 + 2 possam não ser 4.
E eles conseguem o milagre de não o ser...

Manter a lucidez nisto, é complicado... Somos todos os dias desinformados pela informação. Temos de reaprender a ler, ouvir e pensar... se não, é o caos.
A nossa única defesa é falar, pensar, desentender e rodar, no sentido inverso, as mensagens.
Como se fôssemos muito burros!..
Texto:©J.Tereso
Imagem:praguepost.com


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