sábado, 6 de dezembro de 2008

E pronto, já temos homem!





E pronto, já temos homem.
O Dr. Vale e Azevedo também está já colado ao BPN. Está tudo explicado...


É esta a celeridade que almejamos.

É aqui que nós somos bons. Há um crime e, acto contínuo, de um lote de suspeitos repescamos o que temos mais à mão. E como há suspeitos que teimam em pôr-se a jeito, a tarefa fica facilitada...
Se não fosse o Dr. Vale e Azevedo, haveria de aparecer um funcionário negligente, uma senhora da limpeza mais zelosa, um paquete em início de carreira... Mas havíamos de arranjar o suspeito para o caixilho.


De tantas figuras que passaram pelos cargos de responsabilidade do banco não ouvi nenhuma, até hoje, dizer que sabia, desconfiava, suspeitava, tinha a impressão, havia uma voz que lhe dizia... Nada. Quando muito... uns "bruás"...
Ignoravam em absoluto. Eram alheios e ignoros...


Um caso de polícia - porque é disso que se trata - vai emaranhar-se numa teia de cumplicidades e de chutos para canto que, a aquilatar pela qualidade dos presumíveis ignoros, irá arrastar-se até nova aparição do cometa Halley.


O governo faz o que ninguém lhe pede, mas sabe fazer: nacionalizar prejuízos e privatizar lucros.
O governo, perante um crime escandaloso, ou sucessão de malfeitorias delituosas, lembra-se de diluir as ilicitudes em preocupações, pouco claras, com a situação dos depositantes.
Mas quais depositantes?
Ouvi nas televisões diversos depositantes e em nenhum caso transpareceu preocupação, antes pelo contrário. Cheguei a ouvir depositantes que manifestavam absoluta confiança naquilo a que se convencionou chamar de banco.
Então, estamos com pruridos com quem?


Quem joga no famigerado "Jogo da bolha" não saberá os riscos que corre? Não saberá dos lucros que daí virão, se tudo correr bem?
Então... Estamos com pena de quê, e de quem? Quando a vidinha lhes corria bem, preocuparam-se com os que, já nessa altura, só viam a vida a andar para trás...

Mas estamos a falar de quê? De quem?
Que funcione a Justiça e que o Direito a sirva com lisura, imparcialidade e rigor.
É essa a única resposta ao Crime, uma vez constatado.
Tudo o mais é um jogo de panos, de bolhas e de apostadores inveterados...


©J.Tereso

imagem:www.bpn.com.pt

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